Posse
Branco e
macio, o perfume do teu seio,
acende em
mim um desejo todo urgente;
e as mãos,
ávidas, perdem-se no enleio
de carícias
ao teu corpo firme e quente.
Roçagando, pele
na pele, toda te tacteio,
como se
pluma fôsse, de veludo, levemente;
e de ti
recebo o mesmo vivo e brusco anseio
de enfim nos
cruzarmos, e profundamente.
Ajusto o meu
corpo à concórdia com o teu,
em busca de
bem e melhor nos enlaçarmos.
e foi então
que tudo em luz e côr se converteu:
eriçados, de confronto de amor enfêrmos,
quedámo-nos,
arfando sob o coruscante céu,
muito apertados
no abraço de nos termos.
José Guerreiro
CLV, 11 de Maio de 2020