Angústia p’ra cagar
P’ra trabalhar estou cansado;
O brincar, não me apetece.
Estar de pé ou estar deitado,
Não me aquece ou arrefece!
E quanto mais neste estado
O meu corpo permanece,
Mais me sinto entediado,
Mais a vontade fenece.
Aguardando angustiado
Que o fim da angústia se apresse,
Sentei-me a ler no privado:
Não sei se foi do que lesse,
Se do cagar bem moldado,
Mas caguei todo o strésse!
José Guerreiro
Quelimane, 20 de Abril de 1975