CT4FJ
De
António Gamito, recebi há dias a mensagem abaixo transcrita:
“Senhor Comandante,
Às voltas com a arrumação de ficheiros no computador,
encontrei este, que em tempo oportuno foi enviado à Revista da Armada para
publicação, conforme de resto lhe havia prometido. Acontece que, vá lá saber-se
porquê, nunca foi publicado.
Para que possa, apesar de tudo, lê-lo, guardá-lo e saber que
não nos esquecemos de si, aqui lho envio em anexo.
Desejo um Bom Natal para si e para a Senhora sua esposa e
restante prole familiar.
António Gamito, Sargento-Mór CE na Reserva
Radioamador CT1CZT”,
que
trazia em anexo o ficheiro ali indicado:
‘Estávamos a meio do último Verão (2011) quando a 22 de
Julho chegou à caixa de correio electrónico do Núcleo de Radioamadores da Armada
(NRA), uma mensagem curta e concisa. Dizia assim o texto:
“…embalados
há muitos anos, tenho os equipamentos que durante algum tempo me serviram para
comunicar por esses éteres além, como CT4FJ, indicativo que mantenho, mas sem
utilização prática. São a linha ‘400’ da Yaesu incluindo um amplificador linear
da mesma linha e uma antena TH3MK3. Aliás, estes equipamentos, aí pelos
primeiros anos 80 do século passado, constituíram a estação do então ‘Gang da
Marinha’, operada no Mosteiro dos Jerónimos pelo Cabo Radiotelegrafista
Cantanhede. Como sei que estão em mudança de Sede para as Barrocas, talvez
possa agora a posse destas velharias ter algum interesse para vós, quanto mais
não seja, histórico ou museológico. Se assim for, só terão que vir buscá-las.
Aqui, não servem a ninguém. Saüdações marinheiras, Júlio Chagas Tôrre…”
Apurada a razão daquele súbito desprendimento, agradecemos e
acertámos com o Comandante como haveria de ser feita a recolha. Agendou-se uma
data e em 6 de Novembro último, dois elementos da Direcção do NRA aproaram a
Norte e ao fim de uns noventa minutos de navegação, fundearam na Calvaria de
Cima onde foram encontrar o velho marinheiro, apenas ligado ao mar pela
decoração do seu espaço predilecto: a cave da sua moradia. Com temperatura estabilizada,
é ali a Camarinha do Comandante. Uma biblioteca onde predominam obras ligadas
ao mar, um defunto estúdio fotográfico e um incontável número de fotografias de
todos os lugares e épocas, aliados a uma invejável decoração, dão à Camarinha
do Comandante Júlio Tôrre, um ambiente absolutamente Naval.
Gozámos do privilégio de uma longa conversa que, entre
outros Portos nos levou até Quelimane onde conhecêramos o então Capitão do
Porto, já nesse tempo radioamador com o indicativo CR7CT. A visita ficou registada
numa fotografia que a senhora sua esposa gentilmente disparou.
A doação do seu espólio radioamadorístico ao NRA veio
enriquecer quer a estação do Núcleo, quer em parte o seu pólo museológico, onde
de resto já pôde ser visto por ocasião do Porto de Honra que assinalou a
prontidão da nova Sede do Núcleo de Radioamadores da Armada.
António Gamito
Sargento-Mór’
Da minha lavra
Serve-me o que atrás fica, como pretexto para ‘postar’ mais umas
quantas fotografias a propósito:
O emblema do NRA,
O Almirante Duarte Lopes, CT1VV, no uso da palavra, no Porto
de Honra realizado em 16 de Novembro de 2011, na nova sede do NRA,
António Gamito na montagem da TH3MK3,
E, já agora, à guisa de assinatura, o meu cartão de QSL,
enquanto CR7CT (Camarão Tigre),
CT4FJ (Frei Janota)
19DEZ2012
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