27.9.17

Angústia p’ra cagar




P’ra trabalhar estou cansado;
O brincar, não me apetece.
Estar de pé ou estar deitado,
Não me aquece ou arrefece!

E quanto mais neste estado
O meu corpo permanece,
Mais me sinto entediado,
Mais a vontade fenece.

Aguardando angustiado
Que o fim da angústia se apresse,
Sentei-me a ler no privado:

Não sei se foi do que lesse,
Se do cagar bem moldado,
Mas caguei todo o strésse!
                                                      José Guerreiro

                                                                                          Quelimane, 20 de Abril de 1975