17.8.13

10 de Outubro de 1970





O almoço –  xaréu cozido, uma novidade  - foi no Hotel Portugal, em Nampula. À sobremesa, papaias muito maduras e mangas temporãs, algumas já abertas sobre pratinhos, outras aguardando escolha dentro do grande cesto-fruteira no meio da mesa, dominavam em absoluto a atenção da Noélia e dos miúdos, noviços por inteiro quanto aos áfricos comeres. Eu rejubilava com a oportunidade de mostrar a minha africanidade de vários anos, ainda que por mais oestes longitudes.
Só que a curiosidade dos iniciandos descambou em desconfiança. O apetitoso da cor e da textura deixaram-se anular pelo cheiro das mangas, cuja única referência conhecida jazia  na prateleira do meio, na contra-loja da farmácia da tia Esmeralda, sob a forma de um frasco rotulado de ‘essência de terebintina’.
Insisti na bondade da coisa, na semelhança da papaia com o bom melão, nas virtudes defecatórias de sobejo conhecidas e aduzi um punhado de boas razões para provar o artigo, gostar dele e quiçá repetir. Consegui que provassem.    
    
Tínhamos chegado três dias antes a Lourenço Marques.
O Sub-Director Provincial dos Serviços de Marinha, tivera de ir ao aeroporto e aproveitou para me receber. Fiquei então a saber, ser António Enes o meu destino. A descrição sumaríssima que me fez da terra teria sido desanimadora, se entre as razões que uma vez mais me levavam a África não figurassem África ela própria, as grandes distâncias, o exotismo, o calor, as carências, o muito por fazer à espera de quem quisesse fazer e enfim, algum ainda remanescente espírito de aventura. Poderia mesmo acrescentar um éde cétera, que me sobravam algumas razões. Mas a rápida monografia que aquele meu camarada e conterrâneo fez de António Enes, promovida a cidade havia uma dúzia de dias pode resumir-se assim: ‘uma povoação com uma rua de areia vermelha e alguns barracões de um dos lados’.


Jantámos nessa quarta-feira em casa da Beatriz e do Zé Alexandre. Foi grande a satisfação de encontrar amigos em terra estranha; e creio que o casal, também recém-chegado, terá sentido algo parecido. É que nos últimos três anos, não passara ainda um mês, ele e eu integrávamos a primeira guarnição da ‘Gago Coutinho’, 


uma das mais recentes sete fragatas. Navegou-se muito, viveu-se muita tormenta, fez-se muito exercício, conheceu-se muita terra e muita gente. O último período de manobras, na Stanavforlant, começara para nós em Maio e acabara em Setembro. Mal tivemos tempo de fazer as malas que levámos a Moçambique. Mas viajar tornara-se de tal maneira corriqueiro que poucas faltas houve nas imbambas.                           
As duas costas da América do Norte, Canadá, Brasil, Panamá, Martinica, Noroeste da Europa, Islândia, tinham sido entre outros, destinos nossos. Em alguns portos, os bens de consumo eram significativamente mais baratos do que em Portugal, além de muitos deles nem sequer serem ainda conhecidos. Assim, todos de uma maneira geral, cada um fazendo esticar ao máximo as suas posses, comprava para si e os seus, utensílios, bugigangas, roupas e ainda mais bugigangas que parecendo o mais das vezes coisas úteis ou bonitas, com freqüência se revelavam supérfluas ou inadequadas. Ficou no rol das recordações a compra de camisolas tingidas com tremidas fantasias circulares aleatórias, de todo novas para nós, mas logo a seguir muito em voga, compra que fizemos na Escócia e de que só a bordo descobrimos a indicação de origem: ‘Made in Portugal’. O mais caricato porém – mais tarde soubemos - é que quem as fizera fôra a mulher de um camarada nosso, para conseguir uns cobres para alfinetes. Deve ter sido um sucesso o reencontro da camisola com a autora.

Viviam-se os agora tão decantados anos sessenta. Vi o ‘Hair’, a primeira ópera-rock, em Londres e Nova Iorque; e só a não revi no palco original, em São Francisco, porque me deu uma de poupadinho e achei que os dez ou onze dólares do bilhete estavam no momento muito para além do depauperado orçamento familiar; vivi um dia em Greenwich Village; dei umas passas de marijuana, num ‘be in’, no porto de Nova Iorque; estava na Virginia aquando do Woodstock; vi ‘hippies’ preguiçando sobre a relva em parques de São Francisco, tornando-a quase invisível; mas também os vi, por estranho que pareça, a trabalhar. Bem certo que iam deitados, quase junto ao asfalto, nas complexas viaturas que pintavam a sinalização rodoviária horizontal . Naquela bela cidade onde me senti quase em casa, comprei um LP do Carlos Paredes por menos de metade dos 180$00 do preço de Lisboa. Perto de San Diego, porto-alvo da nossa ida à Califórnia, visitei com alguns camaradas a Disneylândia e o Sea World. Ali gastámos um dia inteiro e pudemos, a par de um banho de tecnologia moderna, regressar à meninice.

Estas vivências não passaram por mim impunes.
Trintão recente, deixei-me embalar no vento que passava, se bem que nunca fazendo cedência de um certo distanciamento crítico. Foi cavalgando esse vento que me permiti comprar umas calças Levi’s de bombazina de veludo azul eléctrico numa cantina da marinha americana em Norfolk; e foi assim que numa loja Bata  em Antuérpia, comprei umas botas da marca, que derramavam sobre os pés umas farripas de couro ao modo do tradicional casaco de Buffalo Bill. Tudo coisas  discretas! Vá lá que a camisa bège tinha sido uma manifestação de bom gosto.

Deixem-me agora voltar ao Hotel Portugal.
Como é freqüente, a prova da papaia não foi feliz. Acontece quando ao palato falta um sabor de comparação. O da Noélia reprovou tudo e a indisposição que a incomodava desde de manhãzinha, já ampliada pelo voo algo trepidante do Boeing 737, acabou numa expressão de náusea. A desilusão foi compensada pelos filhos que a tudo lamberam os beiços.
E lá fomos para o aeroporto reiniciar a viagem.
    
Surpresa! O avião que nos esperava era um tradicionalíssimo Dakota cujo aspecto exterior avelhentado contrastava com as modernas máquinas que até Nampula nos tinham levado e prenunciava o desconforto de estofos duros, muito barulho, cheiros e outras quejandas virtudes que forçaram afinal a sua substituição pelos Friendship também naquele percurso, levada a cabo pouco tempo depois.
A acentuada inclinação do corredor central, a mal-enjorcada  rede bagageira à nossa frente, onde as malas empilhadas a granel tentavam esforçadamente caír, mais o calor pejado de odores fedorentos no interior do avião, indiciavam uma menor segurança de voo. Devia ser psicológico. Por outro lado, os hélices, no cotejo com os reactores que nas primeiras etapas tinham feito a corrida pela pista transmitiam uma sensação, naturalmente falsa, de falta de força. Mas a coisa descolou e voou. Pelas janelas mais próximas do chão avermelhado durante a rotação de acêrto do rumo, viam-se lá em baixo os gigantescos calhaus que rodeiam e assinalam Nampula. O solo, àquela hora muito quente, facilitava aqui e além a ocorrência de poços de ar, em cada vertiginosa descida coração e estômago comprimindo-se...

E o que tinha de acontecer, aconteceu: a rede bagageira não aguentou o esforço, rebentou de supetão e maletas e malões dispararam para a popa do avião. Pelos olhos que olhei perpassava a côr do medo. Reagi, minimizei o acontecido para ter comigo a minha gente , arvorei um ar ousado tipo ‘Ó Cosme, olha nós, hem?’ e preparei-me para esfolar o rabo da viagem. Foi quando se abriu a porta da cabina e assomou a hospedeira em voz esganiçada:

- Está tudo bem aí atrás?
    
Numa atmosfera mais favorável com a aproximação do mar, o voar tornou-se ligeiro, equilibrado e elegante. Mas já cansados de uma jornada de três vôos em dois aviões, iniciada havia montes de horas, suados e catinguentos da atmosfera quente e viscosa respirada neste último, sem condicionador de ar, ansiávamos pousar.

E foi assim completamente escalmorrados que pusémos pé em terras de Angoche, depois de um pouso não muito suave, mas de grande alívio. Até para a indisposição da Noélia.


Aero Clube de António Enes, podia ler-se na frontaria semicircular que encimava o pequeno edifício térreo, posto à sombra por uma placa assente como um avançado sobre colunas e que mais à frente ainda tinha uma sebe cujo tratamento descuidado não conseguia empobrecer o vermelho das flores que a pejavam.
Ali decorriam todas as operações próprias de um aeroporto.

Seguiram-se os gestos adequados à circunstância: esticar o corpo, mirar o local, segurar os miúdos, controlar de longe o desembarque e movimento da bagagem, uma voltinha de reconhecimento... e foi quando reparei em três conspícuos senhores espècados ao lado do edifício.
Trajando impecáveis fatos escuros ‘de ver a Deus’, gravatas de cetim cinzento de casamento sobre o branco-cal das camisas, escorrendo suor sob um sol que fazia a alegria dos lagartos, tinham o iniludível aspecto de uma comissão de recepção. Não me dei logo conta de que poderia ser eu o alvo, mas quando os olhei mais atento vi que me fixavam. Deveriam saber que me deslocava com mulher e dois filhos e era o único passageiro que se ajustava a tais parâmetros. Apesar disso, por certo de pé atrás, recusavam-se a sobrepor a idèia do chefe que esperavam àquele espécime em camisa cor de grão, calças de bombazina azul gritante e umas botas de camurça cinzenta com franjas quase até ao chão.
Num ápice tive a presciência da verdade e senti-me corar por dentro, pelo ridículo da situação que não previra… e deveria tê-lo feito. Reagi de pronto, dirigi-me a eles, confirmei que não me enganara, apresentei-me e aos meus e ainda que não saiba como isso se faz, tentei dar de mim a idèia de alguém que embora com o aspecto exterior de um ‘hippie’ acabado de transplantar, sei lá?, de Sausalito, era afinal um circunspecto senhor, como eles encasacado, enroscado numa impecável gravata e calçado nos mais brilhantes sapatos pretos. Não creio que tenha conseguido. O Bragança e o Queirós ter-se-ão adaptado com facilidade ao meu inesperado figurino, mas o Sr. Sales, lá no paraíso onde repousa, ainda me não deve ter perdoado e pensará no seu acento goês: Que raio de gajo nos haviam de mandar!?

Os oito quilómetros até à cidade foram feitos na já vèlhinha Vanet Chevrolet azul, escutando atentos as ilustrações sobre o que íamos vendo. Chegados ao cimo da avenida, vi com agrado como era antiquada a idèia que o sub-director tinha do burgo. Mais ainda quando a casa que mais nos enchera os olhos, veio a ser aquela em que nos fizeram entrar para ser nossa por dois anos e meio.


Era o dia 10 de Outubro de 1970,





o nosso primeiro dia de ser macuas.

José Guerreiro
FZ, 16AGO2013


8.8.13

A Missão de Malatane

                  A Missão de malatane





25ª Reünião    

     Chovia. Estuguei o passo. Estava ansioso por chegar ao novo espaço conquistado para os nossos convívios. Tratava-se da vigésima quinta reünião, um redondo número de ordem que ampliava o desejo de reencontro e se materializava no esmêro posto pela organização em alindar a sala. Queria ter a certeza de que os menos assíduos se tinham desta vez disposto a partilhar do ‘bezerro cevado’ que os esperava. À porta, uns quantos companheiros destas parapatenses andanças, configuravam uma comissão de recepção. Senti a minha ansiedade em chegar ser igualada pelos que aguardavam de braços abertos, dando expressão e livre curso neste dia para todos tão especial no ano, a amizades com berço lá longe, no longe para onde olhavam todas as memórias.
    
     Desenvencilhei-me do capuz do anoraque e sacudi-me. Umas primeiras saüdações… e com surpresa dou de caras com o padre Eugénio que não via desde os idos de setenta!
    
     Diz-me o Raúl: - Não o conhece, não é do seu tempo: é o padre Eugénio, da Missão de                                        Malatane.
                               
                                - Conheço, pois. Até já dancei com ele!
   

Carnaval de 1971

      Foi no Carnaval de 1971.

     Numa noite escura de meados de Fevereiro, numa silenciosa noite de António Enes, a campaínha da porta retiniu com insistência e ecoou na quietude que já se fizera em casa, de mistura com risadas de grande galhofa. Seis mascarinhas irreconhecíveis de vozes disfarçadas, faziam trejeitos, simulavam negaças, chocarreavam. 


Não identificámos ninguém. Mas havia entre as espremidas, quase guinchadas falas que nos desafiavam, qualquer coisa que lembrava o Algarve natal.
     Entabulámos um diálogo muito em consonância com a situação, que não consigo reproduzir; e não quero dar-me ao trabalho de o reinventar por temer não ser já capaz de sintonizar-me com o espírito da coisa.
     Encurtando caminho, apresentámo-nos. Vinham brincar connosco, verberar a nossa atitude passiva perante o Entrudo, nós, um casal tão novo, tão cedo recolhidos ao remanso do lar. Que fôssemos folgar com eles, barulhar Antónjo Enes fora, ‘assaltar’ mais gente.
     Ou porque houvesse algo importante a fazer na manhã seguinte, ou porque fosse já muito tarde ou ainda porque não houvesse ninguém disponível para cuidar dos filhos, o certo é que não pudemos juntar-nos à trupe. Com muita pena, que vontade não faltava; além de que, não estávamos munidos dos aprestos indispensáveis à condição de mascarados.
     Que não tinha milando. No dia seguinte havia baile no Clube Africano de Angoche, tínhamos tempo de procurar arreios que nos disfarçassem; e lá estaríamos todos.
                                                                                               
      Comecei por pensar no vestido. Uma mulher que não fosse baixa e pudesse ceder um vestido menos conhecido no burgo? A Noélia matou a charada: D. Conceição Oliveira.
      Umas meias altas, espessas que estivessem fora de uso? Ainda a Noélia: Clara Silva Marques. E saíram umas meias-calça brancas, havia poucos dias chegadas da Metrópole. Ainda me deu umas dicas, sobre o creme com que devia acachapar os pêlos das pernas antes de os embranquecer com pó de talco.
      Uns sapatos que não fossem altos demais, na previsão de possíveis entorses; e a mala, o lenço de cabeça, jóias, etc., etc., etc. Passados tantos anos, já não sei de quem eram. Sei que fiquei uma bela ‘mulher’, ainda que algo avantajada. Por baixo de uma farta cabeleira loura não andaria longe pelo menos quanto ao porte, de uma escandinava recém-chegada ao caju. E havia, claro, a máscara propriamente dita, creio que comprada no Cândido e que nada deixava ver da cara.
      Passada grande parte do dia na  atarefadíssima busca e colecta daqueles precisos, chegou a hora  de nos destrajarmos. Mais complexa, a operação de calçar os sapatos de salto alto obrigou a um breve treino de andadura, umas quantas passadas sobre aquelas andas, que não sei quem, em dia de má inspiração, se deu ao trabalho de inventar.
      Ainda em casa, os dois criados, assistiram boquiabertos ao teatral desempenho do patrão, caminhando com passos inseguros, para cá e para lá no corredor da casa. Perante a caricata encenação, embora disfarçadamente, não se contiveram que não rissem. O que, devo dizer, me fez descrer do bom êxito da mascarada por vir. Engano meu, como vão ver.

     Não estando certo disso, deduzo, de recordação em recordação, que o baile terá sido no Sábado Gordo. Não é importante, mas gosto de balizar tão bem quanto possível, no espaço como no tempo, as recordações que alinhavo.
      Lá fomos para o recinto do baile, onde chegámos discretamente. Minha mulher longe de mim para diminuir o risco de reconhecimento, entrouxada no meu fato de treino, os pés a boiar em sapatilhas à beira da cova, boné às três pancadas, uma meia-máscara e um maço de jornais debaixo do braço, fazia um ardina alfacinha na melhor versão Stuartiana. Integrámo-nos fàcilmente no ambiente colorido, festivo e barulhento que tão bem se quadra com os folguedos do Entrudo.
     Evitando falar e disfarçando a voz quando falava, dancei, saltei, intriguei, mexi, brinquei… enfim fiz o que é suposto fazer-se em condições tais.
     Os paisanos eram em maior número do que as máscaras; e como é de uso, eram mais contemplativos do que actores das brincadeiras. Mas havia-os também que participavam. Topei com dois desses: o padre Eugénio e a Dulce Duarte.

     Após uma curta paragem na música, quando já começava a ficar cansado do rodopio e antecipava uma saída à francesa, chegou-se a mim o padre Eugénio, também ele curioso da identidade da louraça. Como convinha a desconversa foi inconclusiva, o que no caso não era difícil, já que mal nos conhecíamos. E, baile é baile, não tardou nada estávamos a dançar. Já não sei quem convidou quem. Ao som de alguma mexida brasileirada ali andámos aos saltos por breves minutos. Ele a tentar saber quem eu era; e eu, seguro por detrás da mascarilha, torneando escolhos, dando pistas falsas, fazendo-me de novas…
     A presença de alguém cuja identidade se não vislumbrava – carta nova num baralho por demais conhecido - acicatara a curiosidade de algumas pessoas; que redobrou quando fiz par com o sacerdote. Quem não resistiu a essa curiosidade foi a Dulce Duarte, ainda muito menina, que cirandava entre os pares e se chegou a mim a perguntar com as mãos: puxou a aba do vestido, as mangas, uma meia, a mala. E puxava com força: quase me rasgou o vestido. Tentei afastá-la com brandura. Nada. Num rodopio mais forte, dei-lhe um safanão. Com tão pouca sorte que resultou numa canelada. Lá se afastou, dorida, queixosa, coitada…
     Sabendo embora que não tive a intenção de magoar, ainda hoje me arrependo do pontapé que dei à moça pequena.

     Do que se passou depois, não tenho a mínima lembrança.

A missão de S. luís gonzaga de malatane
    
     Nunca mais dancei com o padre Eugénio.
    
     Fiquei a dever-lhe que me tivesse permitido usar o Hospital da Missão de Malatane, 


em Agosto de 1972, para uma pequena intervenção cirúrgica.

     A meu convite, o dr. Freixo Osório, cumprindo serviço militar obrigatório como ortopedista no Hospital Militar em Nampula e que ali me recompusera o joelho esquerdo aquando da fractura do menisco interno num futebol de praia, veio com a família passar quinze dias de férias a nossa casa em António Enes.
    
     Vistas algumas radiografias e observados os pés da Noélia, concluiu ser conveniente corrigir-lhe joanetes e calcâneos. Em boa hora. Quarenta e um anos passados não voltou a haver incómodos.



     A anestesista foi uma freira açoriana da Missão, a Irmã Espírito Santo.
     Fui constituído assistente de cirurgia para finalizar a operação, aliás com muito sucesso.
     Coube-me, alguns dias depois, retirar a alicate, os fios de Kirschner que enfiados nas falanges, imobilizavam os dedos maiores.
     Tal como Freixo Osório nada cobrei pelo acto médico.

                                                                                       
josé guerreiro
FZ, 08AGO2013